Com uma carreira vitoriosa como atleta, por 27 anos, Gilberto Amauri Godoy Filho, o Giba, agora palestrante, participou da Semana de Excelência Operacional – UPingAhead, na Medquímica, em Juiz de Fora (MG), na qual destacou, de maneira interativa e dinâmica, a importância do trabalho em equipe.
Nesta entrevista, ele faz correlações e analogias entre o esporte e o mundo corporativo, fala da carreira e dos seus novos desafios.
Como foi a transição na carreira: de atleta vitorioso a palestrante?
Como no voleibol e em tudo na vida, você tem que treinar, estudar, e se dedicar. Mesmo jogando, fiz um autodesenvolvimento de 2008 a 2012: administração esportiva, marketing esportivo e vários cursos no Comitê Olímpico Brasileiro. Fiz um coaching em São Paulo, mas o pulo grande mesmo foram os três anos e meio como comentarista na Globo, nas Olimpíadas de 2016. Passei por diversos treinamentos. A gente diz que o atleta morre duas vezes: quando para de jogar e a morte física. A minha vida não parou com a aposentadoria. Tive que me reinventar, mas também encontrei boas pessoas e oportunidades. Assim como no mundo corporativo, na aposentadoria do atleta tem aquele que sabe a hora de parar e estuda a carreira para parar; o atleta frustrado por uma lesão e aquele que não sabe a hora. Segui exemplos como Pelé, Raí, Leonardo. Tiveram a consciência de parar no auge e manter a imagem.
Na palestra você faz analogia entre o esporte e o mundo corporativo. Quais são as semelhanças?
No esporte, é preciso entregar o melhor de cada um, todos os dias. A gente tem uma cobrança muito grande entre nós do time, além dos técnicos. Essa geração multicampeã começou junto no infanto-juvenil e foi até a quarta olimpíada junto. Trago para a palestra essa analogia entre esporte e business. É trabalho de equipe: tem hierarquia, tem objetivo e um depende do outro para entregar o melhor, alinhado a esse objetivo.
E o papel da liderança e dos liderados?
O técnico é o presidente que cobra sempre. O atleta é o colaborador que executa, mas também é líder em quadra ou em seu setor de trabalho. O Bernardo (o técnico) ajudou muito a gente a entender isso. Tem uma frase dele que é assim: “sempre tiro o melhor, quando o melhor é necessário”. Você precisa conhecer os companheiros de trabalho, precisa entender como fazer com que ele tenha alta performance, alinhado com os objetivos, sem depender da liderança.
Liderança para mim é nata, aprimorada ao longo do tempo, até mesmo pela cobrança de ter que ganhar sempre. Existiam vários líderes no nosso grupo, mas conseguimos achar uma química perfeita na qual todos opinavam e sem discussão. Aprendemos a escutar muito mais.
Assim como no esporte, no mundo corporativo, para ganhar é preciso inovar, conhecer a estratégia e o mercado.
Sim. As pessoas me perguntam se é mais difícil ganhar ou se manter no topo? Se manter, claro. Quando você está lá em cima, é soberano, mas quantos lá embaixo não querem tomar o seu lugar? É preciso inovar o tempo inteiro para fazer a diferença porque os adversários/concorrentes estão estudando a gente. Tem que ter foco e equipe empenhada.
E quais são os seus desafios atualmente?
Há um ano e meio, moro na Polônia e trabalho na Suíça, na Federação Internacional de Vôlei. Há três anos, sou presidente da Comissão Mundial dos Atletas – masculino, feminino, quadra, praia e agora o snow – são 222 países, culturas e fusos horários diferentes. Faço a ponte entre a federação internacional e o atleta. O trabalho é bem bacana e completamente diferente do que fazia. Uma vez por mês, por exemplo, fico só dentro do escritório. Nunca me imaginei nesta situação, ainda bem que é só uma semana. (risos). Essas oportunidades só foram possíveis pois eu investi em minha qualificação para me reinventar.
Sobre a Semana UPingAhead
Durante os dias 23 e 27 de Setembro foi realizada, na unidade de Juiz de Fora (MG) da Medquímica, a II Semana UPingAhead – Paixão pela Excelência. Com o tema “Aqui é de qualidade, eu garanto”, diversas palestras e atividades fizeram parte do cronograma do evento, voltado para todos os colaboradores da fábrica e administrativo.